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D-dímero e Trombose: Papel Crucial no Diagnóstico Clínico

Junho 25, 2024 - São Paulo, Brasil

Coágulo sanguíneo ou trombo bloqueando o fluxo de glóbulos vermelhos dentro de uma artéria ou uma ilustração de renderização 3D da veia. Trombose, sistema cardiovascular, medicina, biologia, saúde, anatomia, conceitos patológicos.

 

D-dímero e trombose: 

O D-dímero, biomarcador de formação e degradação de coágulos de fibrina, portanto de ativação da coagulação, bem como do sistema fibrinolítico, é considerado um marcador indireto de atividade trombótica. 

A utilidade do teste do D-dímero tem sido amplamente estudada em diversos cenários clínicos, principalmente para excluir o diagnóstico de tromboembolismo venoso (TEV), incluindo trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP); predizer risco de TEV, e para diagnóstico e monitoramento de coagulação intravascular disseminada (CIVD).  

 

Dímero D para Tromboembolismo Pulmonar (TEP) 

Tromboembolismo pulmonar refere-se a um coágulo sanguíneo localizado na vasculatura pulmonar, resultando em uma diminuição do fluxo sanguíneo pela presença do coágulo.  

Embora alguns pacientes possam apresentar pequenos êmbolos pulmonares que causam poucos sintomas, outros podem apresentar grandes, que bloqueiam artérias pulmonares principais, até mesmo bilateralmente, o que é associado a um alto risco de parada cardiorrespiratória e morte. 

A obtenção de um D-dímero pode ajudar na exploração do diagnóstico diferencial em pacientes que apresentam sintomas ou sinais como dor no peito, falta de ar ou hipóxia. 

Com base nos critérios de Wells, os pacientes podem ser estratificados como de baixo risco, risco moderado ou alto risco para TEP. Eles levam em consideração vários fatores de risco ou sintomas de TEP, incluindo sinais ou sintomas de trombose venosa profunda (TVP), suspeita clínica de TEP, presença de taquicardia, imobilização (cirurgia) recente, TEP ou TVP previamente diagnosticada, hemoptise e malignidade. 

Outro sistema é o de Pontuação de Genebra ou Pontuação de Genebra revisado, que classifica os pacientes em baixo risco, risco intermediário ou alto risco para TEP. Esta pontuação leva em consideração a idade do paciente (se tiver mais de 65 anos), TEP ou TVP prévias, cirurgia recente ou fratura de membro inferior, malignidade, hemoptise, dor subjetiva em extremidade unilateral, sensibilidade à palpação de extremidade unilateral e frequência cardíaca elevada. 

O D-dímero deve ser solicitado em pacientes de risco baixo a moderado, e um D-dímero negativo pode razoavelmente descartar TEP nesses pacientes. Para casos de alto risco (que incluem aqueles nos quais há alta suspeita clínica de TEP), exames de imagem devem ser obtidos diretamente como teste de triagem, e devem incluir angiotomografia computadorizada ou uma cintilografia de ventilação-perfusão. 

 

D-dímero para trombose venosa profunda (TVP) 

TVP é um coágulo sanguíneo localizado no sistema venoso profundo dos braços ou, mais comumente, nas pernas. Os sintomas da TVP podem incluir eritema, dor, inchaço e aumento do calor da extremidade afetada. 

Há também um Critério de Wells para TVP como forma de estratificação de risco, que considera a malignidade recente, imobilização recente (incluindo cirurgia recente), inchaço assimétrico nas pernas, presença de veias colaterais, sensibilidade ao longo da localização das veias suspeitas, TVP previamente diagnosticada e alta suspeita clínica de TVP. 

Através dele, uma TVP pode ser classificada como “provável” ou “improvável” ou ainda dividida em baixo, moderado, ou alto risco. De qualquer forma, uma TVP pode ser descartada com um D-dímero negativo nos grupos de baixo risco ou “improváveis”. Nos grupos de risco moderado, alto risco ou “provável”, um D-dímero positivo necessita de exames de imagem como ultrassom para avaliar TVP. Novamente, porém, se houver alta suspeita clínica de TVP, pode-se solicitar um ultrassom sem obter um D-Dímero. 

 

D-dímero para Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) 

A coagulação intravascular disseminada pode ser causada por diferentes doenças inflamatórias sistêmicas, como sepse, trauma, câncer, pancreatite e grande queimado.  

Esta síndrome resulta de uma ativação difusa e persistente do sistema de coagulação onde há formação excessiva de coágulos, podendo comprometer a função de múltiplos órgãos e sistemas, até mesmo levando a óbito. A depender do grau de ativação da coagulação, pode ocorrer consumo de fatores da coagulação e plaquetas, determinando a presença de sangramento.  

A CIVD tem uma alta taxa de mortalidade e o D-dímero é parte integrante de muitos estudos e escalas de pontuação para predizer o diagnóstico, já que no caso de CIVD os níveis de D-dímero estarão significativamente elevados. 

Na pontuação da sociedade internacional de trombose e hemostasia, D-dímero é o principal marcador para CIVD, uma vez que é o único parâmetro que pode pontuar até 3. 

Outros parâmetros laboratoriais incluem fibrinogênio (reduzido), contagem de plaquetas (baixa), TP/INR (normal a prolongado) e PTT (normal ou elevado). Esses laboratórios também podem ajudar a monitorar a resposta ao tratamento da CIVD, pois devem voltar aos valores normais com melhora clínica. 

 

Texto elaborado por Dr. Tomaz Crochemore, Diretor Médico da Werfen.

 

Referências: 

 

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