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Novos critérios de classificação para o SAF
Cara a cara
Foram recentemente publicados os novos critérios de classificação ACR/EULAR para o SAF, desenvolvidos em conjunto pelo Colégio Americano de Reumatologia (ACR) e pela Aliança Europeia de Associações de Reumatologia (EULAR). O principal objetivo destes novos critérios, em comparação com os critérios anteriores (Sydney 2006), era alcançar uma elevada especificidade para utilização em investigação e ensaios clínicos.
Os critérios de classificação não são critérios de diagnóstico.
É importante recordar que os critérios de classificação não devem ser utilizados para fins de diagnóstico, uma vez que existem sintomas e biomarcadores que, por não estarem incluídos nestes critérios de classificação ou por não terem uma ponderação suficiente, não seriam tidos em conta no diagnóstico de um doente. Isto seria gravemente prejudicial para o doente, que poderia ter SAF mas não seria diagnosticado e, por conseguinte, não seria tratado.
O objetivo dos critérios de classificação é estratificar perfeitamente os doentes em coortes homogéneas para fins de investigação e ensaios clínicos, de modo que os resultados e as conclusões sejam tão exatos e precisos quanto possível. Os critérios de diagnóstico baseiam-se na sensibilidade e os critérios de classificação na especificidade. Este facto é bastante evidente se compararmos os valores de especificidade e sensibilidade dos novos critérios ACR/EULAR 2023 com os anteriores critérios de Sydney 2006 (especificidade=99% versus 86% e sensibilidade=84% versus 99%). Há um ganho notável na especificidade e uma perda notável na sensibilidade.
Não existem critérios de diagnóstico para a SAF.
A utilização de critérios de classificação como critérios de diagnóstico pode levar ao sub-diagnóstico de doentes com SAF.
- O diagnóstico da SAF baseia-se na experiência e no julgamento clínico do médico especialista e em vários testes laboratoriais, com implicações para o tratamento.
- Os critérios de classificação da SAF são uma ferramenta utilizada para fins de investigação e nunca devem ser utilizados para fins de diagnóstico ou ter implicações no tratamento.
- Os critérios de classificação destinam-se a estratificar coortes de doentes em grupos homogéneos, a fim de obter conclusões exatas e precisas.
- Os doentes diagnosticados com uma determinada doença podem ou não satisfazer os critérios de classificação dessa doença.
Classificar ou diagnosticar?
Desde a publicação dos últimos critérios de classificação da Síndrome Antifosfolipídica (SAF), tem havido muita controvérsia sobre a utilização destas diretrizes no tratamento destes doentes.
Através de uma jornada de especialização científica, a Werfen abordou a evolução dos critérios de diagnóstico e classificação da SAF, até aos dias de hoje; avaliando as tecnologias disponíveis para o efeito, com o objetivo de conhecer com precisão a implicação destes critérios na gestão e abordagem destes doentes.
Se quiser saber mais sobre este tema, pode consultar o seguinte resumo científico da conferência e assistir à apresentação do Dr. Gerard Espinosa, MD, PhD. Serviço de Doenças Sistémicas Autoimunes. Hospital Clínic. Barcelona
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